O Parlamento Paiter Suruí, reunido no dia 28/01/2015, vem publicamente se manifestar sobre as calúnias publicadas pelos jornais “Porantim” e “Nortão”, e a “Nota de Esclarecimento” de alguns indígenas Paiter Suruí, reproduzidas em outros sites nacionais e internacionais.
(baixar Nota Pública assinada)
Informamos a todos que o Parlamento Paiter Suruí não foi consultado e que repudiamos as declarações feitas, por serem mentirosas e terem o único objetivo de promover o conflito entre o povo Paiter Suruí.
Lamentamos que indígenas envolvidos com o roubo de madeira na Terra Indígena Sete de Setembro tenham tanto espaço junto à Coordenação Regional de Cacoal da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI/Vilhena) e o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), e que esses órgãos apoiem esse tipo de ilegalidade e ainda contribuam para que essas pessoas – que estão causando a destruição da floresta em beneficio próprio, sem nenhuma repartição de benefícios para as comunidades, sem dar nenhuma condição para substituir a madeira roubada por projetos de sustentabilidade econômica e ambiental – se fortaleçam na articulação para destruir o Projeto Carbono Suruí, que foi pensando e vem sendo executado pelo próprio povo Paiter Suruí.
Na Nota de Esclarecimento, estes indígenas assumem que roubam madeira: o que fará o Ministério Público, a FUNAI e a Polícia Federal?
Por que os órgãos responsáveis pela proteção ambiental do território indígena não exigem que os envolvidos com o roubo da madeira digam quem são os que os aliciam e onde estes têm aplicado os recursos oriundos desse roubo?
O CIMI vai denunciar esse roubo da madeira e os envolvidos com o roubo? Ou vai colocar ladrão de madeira para se fazer de vítima no “Porantim”?
Perguntamos à CR da FUNAI, ao DSEI/Vilhena e ao CIMI e aos que defendem os que estão destruindo os recursos naturais da Terra Indígena Sete de Setembro: Apenas os que roubam madeira têm direito?
Por que os indígenas que têm lutado pelo desenvolvimento sustentável e pela autonomia dos Paiter Suruí não recebem o mesmo tratamento?
Por que nós, que defendemos o Projeto de Carbono Suruí, não somos ouvidos e apoiados da mesma forma que são os que roubam nosso território?
Por que um projeto que garante a vida das gerações futuras, a floresta em pé, a conservação de nossos animais, o desenvolvimento sustentável e a autonomia dos indígenas não recebe o mesmo direito?
Queremos alertar ao público que o único objetivo dos que apoiam e dos que roubam madeira da terra indígena é promover o conflito entre o povo para, desta forma, dominá-los e impedir a autonomia e o desenvolvimento sustentável do território indígena.
Defendemos que os órgãos públicos promovam a proteção de nosso território e, para os que roubam a madeira de nossa terra, que seja aplicada a lei.
Queremos deixar claro que somos a favor e defendemos o Projeto Carbono Florestal Suruí e que nosso líder Labiway Esaga Almir Narayamoga Suruí tem todo o nosso apoio e credibilidade.
ASSOCIAÇÕES PAITER SURUÍ:
Instituto de Educação de Jovens e Adultos para a Cidadania – IEJAC (sede: Aldeia Amaral)
Associação Garah Pameh (sede: Aldeia Apoena Meirelles)
Instituto Florestal Yabner Suruí (sede: Aldeia Joaquim)
Associação Metareilá do Povo Indígena Suruí (sede: Aldeia Lapetanha)
PARLAMENTARES:
Almir Narayamoga Suruí (Labiway Esaga – Líder Geral do Parlamento)
Naraykosar Júlio Suruí
Chicoepab Suruí
Itabira Suruí
ANCIÃOS:
Napoh Suruí
Mopiri Suruí
André Suruí
Agamenon Suruí
Fonte: Parlamento Paiter Surui
Fonte URL: http://www.kaninde.org.br/upload/2015/02/notapublica_parlamentopaitersurui_1423063733.pdf